domingo, 17 de janeiro de 2016

“Sua mãe disse aos que estavam servindo: ‘Fazei o que ele vos disser’”(...) “Jesus disse aos que estavam servindo: ‘Enchei as talhas de água’”. (Jo 2, 5. 7)


O abandono é dramático, pois traz consigo a morte; ao passo que o encontro, o cuidado e o amor carregam vida. Quando a primeira leitura de hoje falava Não mais te chamarão Abandonada, e tua terra não mais será chamada Deserta” (Is 62, 4), percebi um claro convite de Deus: a nação destruída precisava confiar em uma reviravolta. Deus garante o futuro! Mas pede paciência e fé em dias melhores.

“Abandonada e deserta”. Estas palavras recordavam-me as terras da tragédia: Rio Doce, Paris, Torres Gêmeas, Síria, Ruanda, Região serrana do RJ... lamentavelmente, lugares que passaram pelo abandono, violência, desolação e desespero. Nosso mundo também precisa de uma palavra profética capaz de renovar a esperança.

O vinho novo de Jesus é a resposta, e Nossa Senhora nos dá a dica: “Fazei o que Ele vos disser” (Jo 2, 5). Ela fala da docilidade ao Espírito Santo (Cf. 1Cor 12-13).
O Senhor não vem impor uma ordem desde fora, pois este não é o caminho. O Reino de Deus se constrói por dentro, qualquer outro trajeto é contra mão e perpetuação da violência. Deve surgir, mais uma vez, a profecia da “vida nova do Evangelho”, capaz de reconstruir o mundo e dar-lhe pleno sentido.

Catecismo 64: “Por meio dos profetas, Deus forma seu povo na esperança da salvação, na expectativa de uma Aliança nova e eterna destinada a todos os homens, e que será impressa nos corações. Os profetas anunciam uma redenção radical do Povo de Deus, a purificação de todas as suas infidelidades, uma salvação que incluirá todas as nações. Serão sobretudo os pobres e os humildes do Senhor os portadores desta esperança. As mulheres santas como Sara, Rebeca, Raquel, Míriam, Débora, Ana, Judite e Ester mantiveram viva a esperança da salvação de Israel. Delas todas, a figura mais pura é a de Maria”.

Francisco: “O descuido no compromisso de cultivar e manter um correto relacionamento com o próximo, relativamente a quem sou devedor da minha solicitude e custódia, destrói o relacionamento interior comigo mesmo, com os outros, com Deus e com a terra. Quando todas estas relações são negligenciadas, quando a justiça deixa de habitar na terra, a Bíblia diz-nos que toda a vida está em perigo”. (LS, 70)

São Bento: “Essa escada ereta é a nossa vida no mundo, a qual é elevada ao céu pelo Senhor, se nosso coração se humilha. Quanto aos lados da escada, dizemos que são o nosso corpo e alma, e nesses lados a vocação divina inseriu, para serem galgados, os diversos graus da humildade e da disciplina”. (Regra 7: Da humildade, 8-9)

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