“Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais”. (Jo 8, 11)
O mais fácil nem sempre corresponde ao mais correto. Sabendo da queda de Jesus pelos pecadores – e a misericórdia, muitas vezes, é vista como fraqueza –, os mestres da lei e os fariseus querem dividir o coração do Mestre trazendo-lhe uma pecadora. Na cabecinha pequena daqueles homens, Jesus seria colocado ante um dilema: se ele absolvesse a mulher, se condenaria por não respeitar a Lei de Moisés; se cumprisse a lei da lapidação, salvaria a própria pele, mas perderia a máscara de bonzinho. Mas o Senhor não entrou neste jogo.
Como é fácil condenar! Atirar pedras! “Cair fora” e deixar
o irmão em maus lençóis! Frente aos homens que prestam honra uns aos outros, mas
que também acusam-se e condenam-se mutuamente, Jesus apresenta a verdade de
Deus, ante a qual todos somos pecadores: “Aquele que não tiver pecado, atire a
primeira pedra”.
Todos deverão concordar que a justiça ideal deveria reabilitar
o culpado, não simplesmente condená-lo: “Vai e não peques mais”. Realmente, ninguém se endireita à pedradas: só a misericórdia muda o homem. Deus, quando perdoa, oferece
uma segunda chance ao pecador. Todo mundo deveria ter a chance de um novo começo. Não desperdicemos a oportunidade!
Catecismo 1848: “Como afirma S. Paulo: ‘Onde avultou o
pecado, a graça superabundou’ (Rm 5, 20). Mas, para realizar seu trabalho, deve
a graça descobrir o pecado, a fim de converter nosso coração e nos conferir ‘a
justiça para a vida eterna, por meio de Jesus Cristo, Nosso Senhor’ (Rm 5, 21).
Como médico que examina a ferida antes de curá-la, assim Deus, por sua Palavra
e por seu Espírito, projeta uma luz viva sobre o pecado”.
Papa Francisco: “O perdão é uma força que ressuscita para uma vida nova e
infunde a valentia para olhar o futuro com esperança”. (MV, 10)