terça-feira, 19 de janeiro de 2016

“Por que eles fazem em dia de sábado o que não é permitido?”


Jesus é o justo e veio restaurar a justiça. O sábado é o dia de descanso da antiga lei porque, na criação, Deus descansou no sétimo dia. É, portanto, o dia do Criador: dia consagrado ao descanso e ao louvor. Também na criação Deus fez a erva do campo e a entregou ao homem para alimento. Assim, tanto o sábado quanto a erva foram criados para o bem do homem, que precisa de alimento e de descanso.

O Filho do Homem é senhor do sábado e senhor da criação, pois o sábado e a erva foram criados para servir ao bem do homem! As leis religiosas devem preservar este sentido profundo, custodiando a glória de Deus e a vida do homem. As superstições, ao contrário, são um acanhamento das relações entre o homem e a criação de Deus, sinal do espírito do mundo, que se esquece de Deus e coloca irmão contra irmão.

Pode nos estranhar que os fariseus fossem tão estritos no cumprimento do sábado. Mas tem gente, hoje, que não tem força nem mesmo para quebrar uma dessas “mensagens-correntes” de internet, que temem pragas de todo tipo, ou ainda ficam cabreiros com chinelos virados, gatos pretos, ou caminhos por debaixo de escadas... Precisamos superar toda superstição, pois elas escravizam o coração e não promovem o bem.

Catecismo 347: “A criação foi feita em vista do Sábado e, portanto, do culto e da adoração de Deus. O culto está inscrito na ordem da criação (212) – «Operi Dei nihil preponatur – Nada se anteponha à obra de Deus (ao culto divino)» – diz a Regra de São Bento (213) indicando assim a justa ordem das preocupações humanas”.

Francisco: “Este dia anuncia ‘o descanso eterno do homem, em Deus’. Assim, a espiritualidade cristã integra o valor do repouso e da festa. O ser humano tende a reduzir o descanso contemplativo ao âmbito do estéril e do inútil, esquecendo que deste modo se tira à obra realizada o mais importante: o seu significado. Na nossa atividade, somos chamados a incluir uma dimensão receptiva e gratuita, o que é diferente da simples inatividade. Trata-se doutra maneira de agir, que pertence à nossa essência. Assim, a ação humana é preservada não só do ativismo vazio, mas também da ganância desenfreada e da consciência que se isola buscando apenas o benefício pessoal”. (LS, 237)

São Bento: “A ociosidade é inimiga da alma” (Regra 48: Do trabalho manual cotidiano, 1)


Nenhum comentário:

Postar um comentário