“Por que Jesus come e bebe junto com cobradores de impostos e pecadores?”. (Mc 2, 16)
A pergunta dos fariseus revela
uma inquietação que, como um vírus, sobrevive no coração humano. Quantas vezes
já ouvi: “Não vou a Igreja porque ali tais reparam em quais” ou “porque muitos se
negam a paz de Cristo”. Por um segundo, como bom cristão, reconheço meus
pecados e coro de vergonha, mas confesso que logo recobro o juízo.
Afinal, quem não tem pecados, atire a primeira pedra! Jesus não veio para os justos, mas para os pecadores.
Tenho absoluta certeza de que no céu, onde espero entrar pela infinita
misericórdia de Deus, teremos muitos e agradáveis reencontros. E peço a Deus que não sintamos a falta de nenhum conhecido. Nenhum!
Nossa alegria não pode de
assemelhar à do mesquinho, que contempla satisfeito os que não puderam entrar
na festa. No céu, todos serão como esfarrapados usando um traje emprestado do
Rei. Pensando bem, digo aliviado: Ainda bem que Jesus come e bebe com pecadores
em todas as Santas Eucaristias! Sinto dó dos que se acham “bons demais” para entrar na Igreja, e partir o pão com os pecadores.
Catecismo 545: “Jesus convida
os pecadores para a mesa do Reino: ‘Eu não vim chamar os justos, mas o
pecadores’ (Mc 2, 17). Convida-os à conversão sema qual não se pode entrar no
Reino, mas por palavras e atos, mostra-lhes a misericórdia sem limites do Pai
para com eles e a imensa ‘alegria que haverá no céu, por um só pecador que se
arrependa’ (Lc 15, 7). A prova suprema deste amor será o sacrifício da sua
própria vida, ‘pela remissão dos pecados’ (Mt 26, 28)”.
Francisco: “A Eucaristia,
embora constitua a plenitude da vida sacramental, não é um prêmio para os
perfeitos, mas um remédio generoso e um
alimento para os fracos. Estas convicções têm também consequências
pastorais, que somos chamados a considerar com prudência e audácia”. (EG, 47)
São Bento: “Espera o Senhor
todos os dias que nos empenhemos em responder com atos às suas santas
exortações. Por essa razão, os dias desta vida nos são prolongados como
tréguas para a emenda dos nossos vícios, conforme diz o Apóstolo: ‘Então ignoras que a paciência de Deus te
conduz à penitência?’. Pois diz o bom Senhor: ‘Não quero a morte do
pecador, mas sim que se converta e viva’”. (Prólogo da Regra, 35-38)
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