domingo, 28 de fevereiro de 2016

Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo.9Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás”.
(Lc 13, 8-9)


Ante a miséria humana – estéril, infecunda, infértil – só há uma resposta: a misericórdia. Por isso a Palavra de Deus sempre uniu a figura do justo a do intercessor. Não temos vagas para santos egoístas! No Reino de Deus não cabe quem pede fogo do céu sobre os pecadores, mas quem intercede em favor dos seus irmãos. Assim: Abraão, José do Egito, Moisés, Judite, Ester e todos os santos da história da Igreja (Nossa Senhora!!!J), e, no centro, Jesus Cristo, que veio para procurar quem estava perdido e morreu dizendo: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. – Obrigado, amado Jesus!

A bondade de Deus que suscita intercessores – Ele mesmo intercede por nós – também sabe conduzir os filhos rebeldes ao arrependimento. Neste campo: “tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8, 28).

O lugar das nossas provações, das nossas lágrimas, dos nossos sofrimentos, inclusive dos nossos pecados, é aos pés da Cruz de Jesus Cristo. Estas realidades exigentes e difíceis são como o esterco para o crescimento de nossa santidade. A questão é que o esterco deve estar no lugar certo: no sulco de nossa humildade, onde será depositada a semente da Palavra. Não se põe titica em cima dos frutos colhidos! Não exponha seu sofrimento como se fosse o legado da sua vida, mas use-os para crescer. Seja, com a graça de Deus, mais um dos muitos casos de superação, para o seu bem e para o bem dos teus irmãos!

Catecismo 1501: "A enfermidade pode levar a pessoa à angústia, a fechar-se sobre si mesma e, às vezes, ao desespero e à revolta contra Deus. Mas também pode tornar a pessoa mais madura, ajudá-la a discernir em sua vida o que não é essencial, para voltar-se àquilo que é essencial. Não raro, a doença provoca uma busca de Deus, um retorno a Ele".

Francisco: "Realmente, no pobre, a carne de Cristo «torna-se de novo visível como corpo martirizado, chagado, flagelado, desnutrido, em fuga... a fim de ser reconhecido, tocado e assistido cuidadosamente por nós» (MV, 15). É o mistério inaudito e escandaloso do prolongamento na história do sofrimento do Cordeiro Inocente, sarça ardente de amor gratuito na presença da qual podemos apenas, como Moisés, tirar as sandálias (cf. Ex 3, 5); e mais ainda, quando o pobre é o irmão ou a irmã em Cristo que sofre por causa da sua fé". (Mensagem para a Quaresma 2016)