sexta-feira, 24 de julho de 2020


Um santo alcoólatra ou um alcóolatra santo?


Numa rua de Dublin (Irlanda), na manhã do dia 7 de junho de 1925, domingo da Santíssima Trindade, um homem de roupas gastas, ao dirigir-se a uma igreja próxima, cai subitamente por terra e morre. O seu corpo conduzido ao hospital, é lavado por uma religiosa enfermeira; grande é o seu espanto quando descobre, ao tirar a roupa ao defumo, umas cadeias, com medalhas suspensas e enroladas duas vezes em volta da cintura. Outras cadeias rodeiam as pernas e os braço. Apesar de estarem oxidadas, o corpo apresenta um estado de grande limpeza. Mas, quem era esse homem? Seria um louco? 


Matt Talbot nasceu em Dublin em maio de 1856, sexto filho de uma família de doze irmãos. Ainda muito jovem, entra na escola dos Irmãos da Doutrina Cristã, onde não tem grande aproveitamento escolar. Com a idade de doze anos, começou a trabalhar numa empresa de engarrafamento de cerveja. Naquele ambiente, onde abundava o álcool, depressa é induzido pelos companheiros a “esvaziar as garrafas” (aos 12 anos!).

Ao vê-lo regressar a casa, todas as tardes, anormalmente alegre, o pai toma a decisão de o afastar desse ambiente e encontra-lhe outro trabalho. Sob sua própria vigilância ficará na área do porto e das docas. Mas a situação de Matt piora. Começa a blasfemar e desrespeitar seus pais. Para cúmulo, os novos companheiros de trabalho iniciam-no na bebida do whisky. O pai tenta persuadi-lo, inclusive, por vezes, com algum açoite, mas nada consegue. Ante o desespero dos pais, Matt afasta-se da autoridade paterna e soçobra no alcoolismo.
Felizmente que o jovem possui um grande coração. Ao compreender o desgosto que inflige ao pai, deixa o trabalho das docas e começa a trabalhar de pedreiro, para se ver livre das más companhias. Mas não consegue deixar o costume de passar as noites bebendo na taberna, regressa à casa quase sempre bêbado e gasta todo o salário na bebedeira. Afunda-se a tal pomo no vício que, por vezes, recorre ao roubo para conseguir dinheiro para manter o seu vício.

Assim, viciado e ladrão, passou anos de uma vida miserável da qual não se orgulhava e que só trazia sofrimento às pessoas que mais amava.

“O dinamismo da conversão e da penitência foi maravilhosamente descrito por Jesus na parábola do "filho pródigo", cujo centro é "O pai misericordioso": o fascínio de uma liberdade ilusória, o abandono da casa paterna; a extrema miséria em que se encontra o filho depois de esbanjar sua fortuna; a profunda humilhação de ver-se obrigado a cuidar dos porcos e, pior ainda, de querer matar a fome com a sua ração; a reflexão sobre os bens perdidos; o arrependimento e a decisão de declarar-se culpado diante do pai; o caminho de volta; o generoso acolhimento da parte do pai; a alegria do pai: tudo isso são traços específicos do processo de conversão. A bela túnica, o anel e o banquete da festa são símbolos desta nova vida, pura, digna, cheia de alegria, que é a vida do homem que volta a Deus e ao seio de sua família, que é a Igreja. Só o coração de Cristo que conhece as profundezas do amor do Pai pôde revelar-nos o abismo de sua misericórdia de uma maneira tão simples e tão bela”. (Catecismo da Igreja Católica, 1439)

Mas, um golpe da graça de Deus “vira o jogo”. Apesar de o seu estado vicioso, Matt conservava alguma decência: não andava a procura de mulheres para o prazer fácil; todas as manhãs, quaisquer que tenham sido os excessos da véspera, já estava de pé às seis horas para ir ao trabalho; e, por último, continuava fiel à Missa dominical, como aprendeu de seus pais, mesmo sabendo que não podia receber os sacramentos.
Num sábado de 1884, a graça de Deus bateu à sua porta. Desempregado há uma semana, Matt, com 28 anos de idade, se vê sem dinheiro para as bebidas. O tormento do vício parecia insuportável. Pelo meio-dia, na companhia do irmão mais novo, Filipe, encostou-se na esquina de uma rua por onde passam os trabalhadores depois de terem recebido o salário, na esperança de que algum dos conhecido “amigos de copo” o convidasse a beber. Os operários passaram, o cumprimentaram, mas ninguém o convidou. Matt sentiu-se ferido no seu amor-próprio: “Como é possível que aqueles que frequentemente convidava para uma bebida na taberna, agora não retribuíssem o favor?”
Imediatamente, regressou a casa, onde a mãe o recebeu surpreendida por vê-lo chegar tão cedo, e sem ter bebido. Quando viu a mãe (a mãe!!!), lembrou-se de quão ingrato tinjha sido para com ela. Não ajudava em nada em casa (gastava todo o dinheiro na bebida!) e agora, sente-se culpado por ter permitido esse sofrimentos aos pais, enquanto bebia de forma egoísta.

Na Irlanda daquela época era comum que um homem que pretendesse deixar o vício da bebida fizesse uma promessa a Deus. Então, após a refeição, encontrando-se só com a mãe, Matt diz de repente: “- Vou fazer meu voto de temperança”. A mãe responde, cheia de dor e de esperança: “- Pelo amor de Deus! Fá-lo, mas não o formules se não o queres cumprir! Respeite o nome de Deus!” O filho repete para si mesmo em voz alta, reflexivo: “- Pronunciá-lo-ei, então, em nome de Deus...”.
Após se ter vestido elegantemente, dirige-se ao Colégio de Santa Cruz, pede para falar com um sacerdote e se confessa. Seguindo o conselho do padre, Matt fórmula votos por um período de três meses. No dia seguinte, dirige-se à igreja de são Francisco Xavier para assistir à Missa das cinco da manhã e aí comunga. Sente-se uma pessoa renovada. Mas, ele sabe que a luta será terrível para permanecer fiel aos votos, por isso, decide comungar todos os dias e pedir força espiritual a Jesus sacramentado para ser fiel à promessa.

O momento mais difícil para ele era pela tarde, após o trabalho. Para evitar a tentação, o novo converso fazia caminhadas pela cidade. Acontece que, um dia, não resiste e entra numa taberna que estava cheia de clientes. Atarefado, o empregado parece ignorá-lo. Ofendido por esta desatenção e atordoado pela consciência sai a toda a pressa, decidido a nunca mais pôr os pés numa taberna.


“Continuarei a beber?”. Em seus passeios, Matt dá-se conta de outra dificuldade: o álcool debilitou sua saúde e, por isso, cansa-se facilmente. Então, escutando uma voz interior decide entrar numa igreja e, de joelhos diante do sacrário, põe-se a rezar, suplicando a Deus que o fortaleça. Desse modo adquire o costume de frequentar a casa de Deus. Como aqueles três meses pareciam longos! Missas de madrugada, caminhadas, visitas a Jesus na Eucaristia, tudo isso era um alívio, mas também estavam as consequências da falta de álcool: alucinações, depressão e náuseas. Estas últimas faziam daquele tempo seja um verdadeiro Calvário. Por momentos, a antiga dependência despertava, e a luta era desesperada, parecia que não iria conseguir, então ele prolongava suas orações. Um dia, de regresso a casa, deixa-se cair numa cadeira e disse com tristeza ã mãe: “É inútil, mamãe, quando se completarem os três meses voltarei a beber ...”. Mas ela reconforta-o e anima-o a rezar mais. Seguindo este conselho de forma literal, Matt toma gosto pela oração e encontra nela a salvação.

“Na Nova Aliança, a oração é a relação viva dos filhos de Deus com o seu Pai infinitamente bom, com o seu Filho Jesus Cristo e com o Espírito Santo. A graça do Reino é «a união de toda a Santíssima Trindade com a totalidade do espírito». Assim, a vida de oração consiste em estar habitualmente na presença do Deus três vezes santo e em comunhão com Ele. Esta comunhão de vida é sempre possível porque, pelo Batismo, nos tornámos um só com Cristo. A oração é cristã na medida em que for comunhão com Cristo, dilatando-se na Igreja que é o seu corpo. As suas dimensões são as do amor de Cristo”. (Catecismo da Igreja Católica, 2565)

A Missa diária foi o principal pilar de sua nova vida. Mas, em 1892, é suprimida a Missa das cinco na qual costuma comungar; a partir de então, a primeira Missa do dia seria às seis e quinze da manhã. Apesar da grande mestria que adquiriu no trabalho de pedreiro, não duvidou de mudar de emprego para não deixar a Eucaristia, começou, então, como simples servente num comercio de madeira. Lá o trabalho nunca começava antes das oito horas da manhã e trabalha carregando os caminhões. Sempre no fim do dia de trabalho, tomava um bom banho e vestia roupa limpa, pois não queria entrar na casa de Deus com a roupa suja do trabalho, e se dirigia à igreja para visitar o Santíssimo Sacramento, seu grande amigo.
Um dia, disse ao seu confessor: “Desejei muito o dom da oração, e foi-me plenamente concedido”. Daí em diante, a sua existência foi totalmente orientada para Deus, e mais especialmente para a presença real do Senhor no Sacrário.

Dizia em certa ocasião são Paulo VI: “Enquanto a Eucaristia for conservada nas igrejas e oratórios, Cristo é verdadeiramente o Emmanuel, quer dizer, Deus conosco. Porque dia e noite está no meio de nós, habita conosco ‘cheio de graça e de verdade’; ordena os costumes, alimenta as virtudes, consola os aflitos, fortalece os vulneráveis, e convida a imitá-lo todos os que d'Ele se aproximam, de modo que com o seu exemplo aprendam a ser mansos e humildes de coração, a procurar não os próprios interesses, mas os de Deus. E assim, todo o que se volte para o venerável Sacramento Eucarístico com particular devoção, e se esforce por amar com coração disponível e generoso a Cristo que nos ama infinitamente, experimenta e compreende plenamente, com muita alegria interior e proveito de espírito, quão preciosa é a vida escondida com Cristo em Deus; e sabe quão precioso é dialogar com Cristo: porque, na Terra, nada existe que seja mais doce, mais eficaz para progredir nos caminhos da santidade». (Encíclica Mysterium fidei, 03 de Setembro de 1965)

O significado das cadeias. Matt Talbot adquiriu uma grande devoção pela Mãe de
JESUS, que se manifesta diariamente com a oração do Rosário e o Ofício de Nossa Senhora.
No ano de 1912, leu o Tratado da verdadeira devoção à Virgem, de São Luís Maria Grignion de Monfort, com quem aprende a praticar a "Santa escravidão a JESUS" mediante a plena consagração pessoal e de todos os seus bens ao serviço de MARIA. Como meio prático para viver no espírito filial de união com MARIA, São Luís Maria recomenda que se use uma pequena corrente. Esse é o significado das correntes encontradas no corpo de Matt Talbot depois da sua morte.
Papa Francisco, em visita à Irlanda, beija o crucifixo que era usado por Matt.
Sendo de carácter impulsivo, Matt dificilmente suporta as blasfêmias contra o Santo Nome de Deus. Foi a reverência ao Nome de Deus que o levou a ser fiel em sua promessa. Todas as vezes que escutava o nome do Senhor ele levantava o chapéu em sinal de respeito. Ao verem aquele gesto, os companheiros repetiam os palavrões para testar sua paciência. A princípio, Matt repreende-os com dureza, depois limita-se a dizer-lhes com doçura: «JESUS CRISTO está escutando». Numa ocasião, repreende com firmeza o gerente, que foi pouco generoso com uma doação de caridade. O patrão chama-o à ordem e, no dia seguinte, Matt apresenta-se diante do gerente: “Nosso Senhor -declara- disse-me que devia pedir-lhe desculpa, é para isso que aqui estou”.
O exemplo de sua vida acabou por inspirar respeito. Além disso, demonstra ser um companheiro cordial e simpático, sempre disposto a ser o primeiro a se divertir com uma boa piada inocente.

«Você usa uma roupa muito simples».
A imitação dos antigos monges irlandeses que seguiam a tradição de são Columbano, Matt Talbot impôs-se a seguir um regime alimentar ascético, simples, como expiação dos seus pecados e como mortificação para crescer na vida espiritual. Mas, quando os seus amigos o convidam, sempre comia o mesmo que todos. Ingressou na Ordem Terceira de São Francisco, aplicando-se a imitar a pobreza de Cristo, reduzindo os gastos ao estritamente necessário e dando o restante aos mais pobres.
No início da sua conversão, tinha o hábito de fumar. Um certo dia, um companheiro lhe pediu um cigarro. Acabava precisamente de comprar um cachimbo e uma porção de tabaco, mas, como gesto heroico, entrega-lhe ambas as coisas e daí em diante nunca mais fumou. Normalmente usava uma roupa fina e gasta, um dia oferecem-lhe um terno novo; queria recusá-lo, mas o seu confessor interveio : “Talbot, usa uma roupa muito gasta, e acabam de lhe oferecer um terno novo... - Padre, prometi a Deus nunca usar um terno novo. - Mas se é precisamente Deus quem lhe envia este, Matt! replica o sacerdote. - Bom, nesse caso, se é Deus quem o envia a mim, usá-lo-ei”.
O único luxo de Matt são os livros, ocupando o tempo disponível em ler. As suas leituras preferidas eram a Sagrada Escritura e os escritos dos santos. Ao folhearem a Bíblia que se encontrava na sua casa após a sua morte, constataram que sentia certa predileção pelos Salmos, em especial pelos Salmos penitenciais, nos quais o pecador expressa a Deus o remorso pelos seus pecados, mas também a sua confiança inquebrantável na misericórdia divina: “Tem compaixão de mim, ó Deus, pela tua bondade; pela tua grande misericórdia, apaga o meu pecado. Lava-me de toda a iniquidade, purifica-me dos meus delitos .... Dá-me de novo a alegria da tua salvação (Salmo 51 [50]). Algumas das suas anotações revelam um nível de pensamento surpreendente para um homem de instrução tão rudimentar. Encontram-se as seguintes reflexões:

“O tempo da vida não é mais que uma caminhada até à morte, na qual a nenhum homem é permitido deter-se...
A liberdade de espírito adquire-se quando nos libertarmos do amor-próprio, o que faz com  que a alma esteja disposta a cumprir a vontade d e Deus nas mais pequenas coisas...
O bom uso da vontade consiste em fazer o bem, e o abuso consiste em fazer o mal...
Na meditação buscamos a Deus pela razão e pelos atos meritórios, enquanto que na contemplação o descobrimos sem esforço...”.

Esta vida de oração e de penitência é confortada por algumas graças fora do comum. Um dia, conta isto à irmã: “Que triste é comprovar o pouco amor dos homens para com Deus! ... Oh, Susana! Não imaginas a alegria que sentia na noite passada ao conversar com Deus e com a sua Santa Mãe!”; mas, ao dar-se conta de que falava de si mesmo, muda de assunto.
O período compreendido entre 1911 e 1921 é muito turbulento na Irlanda: conflitos laborais acentuados pelo desemprego e pelas greves, luta pela autonomia política, primeira guerra mundial e, finalmente, guerra entre a Irlanda e a Inglaterra. No meio dessas tribulações, Matt mantém a alma em paz, embora muito interessado com a causa dos trabalhadores. Condena sem paliativos a insuficiência dos salários dos trabalhadores casados, a quem ajuda economicamente quanto pode. Mas nunca reclama nada para si. Quando os companheiros deixam o trabalho ou são despedidos, mostra solidariedade com a sua causa.

«Dar graças ao "Grande Curador"».
Com a idade de sessenta e sete anos, Matt Talbot encontra-se fisicamente debilitado: a falta de ar e as palpitações do coração obrigam-no a reduzir a atividade. Após duas permanências no hospital em 1923 e 1925, recupera um pouco e retoma o trabalho. Durante esses ingressos, sempre que pode dirige-se à capela. A uma religiosa que o repreende pelo sobressalto que lhe causou por não o ter encontrado no quarto, responde sorrindo: “Já agradeci às religiosas e aos médicos, acaso não era justo agradecer ao ‘Grande Curador’?”. No domingo, 7 de junho de 1925, dirige-se para a igreja do Salvador. Cansado, cai no corredor. Uma mulher oferece-lhe um copo de água. Matt abre os olhos, sorri e deixa cair a cabeça: é o momento do grande encontro com Cristo, que tanto desejava. Ele não veio chamar os justos mas os pecadores (Mt 9, 13).
Em 1975, Matt Talbot recebeu o título de "Venerável". Na atualidade, numerosas obras destinadas a socorrer as vítimas do álcool e da droga têm-no como patrono.


Matt Talbot é modelo para todos os homens. Mostra às vítimas do alcoolismo ou da dependência das drogas, através do seu exemplo, que com a graça de Deus, é possível superar essas dependências. “A dependência do álcool é por vezes tão forte que as pessoas mais próximas do alcoólatra podem pensar que este nunca será capaz de a superar, e o próprio viciado tem a tentação de desesperar. Nesses momentos é bom ter presente a Ressurreição de JESUS, que nos recorda que o fracasso nunca é a última palavra para Deus” (Comissão social dos bispos da França, declaração de 1 de dezembro de 1998) .
Aos que são escravos de outros pecados (idolatria, blasfémia, aborto, eutanásia, contracepção, adultério, libertinagem, homossexualidade, masturbação, roubo, falso testemunho, difamação etc.), recorda-lhes que “nunca se deve desesperar da misericórdia de Deus”, segundo a recomendação de São Bento (Regra, cap. IV). Nosso Senhor prometeu à santa Margarida Maria que os pecadores encontrariam no seu Coração a fonte e o oceano infinito da misericórdia. Do mesmo modo que é próprio de um navio navegar sobre a água, assim também é próprio de Deus perdoar e ser misericordioso, como o afirma a Igreja numa das suas orações. Também Santa Teresinha do Menino Jesus, doutora da Igreja, escreveu o que se segue no final dos seus manuscritos: “Mesmo que em consciência tivesse todos os pecados que se podem cometer, iria, com o coração arrependido, lançar-me nos braços de JESUS, pois sei quanto ama O filho pródigo que volta para Ele”. E acrescentava de viva voz: “Se tivesse cometido todos os crimes possíveis, teria sempre a mesma confiança, sentiria que esta multidão de ofensas seria como uma gota de água numa fogueira ardente”.
A vida de Matt Talbot prova de maneira eloquente que se dirigimos com sinceridade a nossa alma ao Senhor para lhe pedirmos perdão, podemos, através do sacramento da Penitência, via ordinária de reconciliação com Deus, começar uma nova vida sob o olhar maternal de MARIA. O Venerável Matt Talbot, concede-nos a graça de confiarmos na misericórdia divina e de irmos até ao limite das exigências de um amor apaixonado por JESUS e por MARIA.

Fonte: Carta da Abadia de São José de Clairval (08 de dezembro de 2019).

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