“Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de um caixote, ou debaixo da cama?” (Mc 4, 21)
Ser luz é um desafio. Deus não
nos criou como pessoas apagadas, mas luminosas, pois trazemos a centelha de seu
Amor Divino. Amados por Deus, temos a capacidade de amar os nossos irmãos. E isto
não é uma coisa complicada de se fazer, não exige projetos monumentais, mas exige
as mais básicas virtudes do dia a dia: educação, paciência, carinho, laboriosidade,
misericórdia...
Esconder-se é fácil, mas a luz
que foi acesa em nós não pode ser contida por muito tempo. Lembro que, quando
criança, ouvindo o Evangelho de hoje, eu imaginei o que seria colocar uma vela
debaixo da cama: Incêndio! Catástrofe! Palmadas e castigo! O universo infantil
é ingênuo, mas traz consigo uma verdade profunda.
Quem nasceu para ser fonte de
água viva, rio caudaloso de graças, não pode ser dique ou barragem. A fúria de
um rio pode ser canalizada, mas não completamente contida. Muita gente é
infeliz porque tem medo de se dar, de ser luz. Ou então, porque vive ressentida
pelo que os outros não fazem. Jesus nos convida à alegria de sermos generosos.
Catecismo 953: “Na comunhão dos
santos, 'ninguém de nós vive e ninguém morre para si mesmo' (Rm 14, 7). (...) 'A
caridade não procura seu próprio interesse' (1Cor 13, 5). O menor de nossos
atos praticado na caridade irradia em benefício de todos os homens, vivos ou
mortos, que se funda na comunhão dos santos. Todo pecado prejudica esta
comunhão”.
Francisco: “Abramos os nossos olhos para
ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da
própria dignidade e sintamo-nos desafiados a escutar o seu grito de ajuda. As
nossas mãos apertem as suas mãos e estreitemo-los a nós para que sintam o calor
da nossa presença, da amizade e da fraternidade. Que o seu grito se torne o
nosso e, juntos, possamos romper a barreira de indiferença que frequentemente
reina soberana para esconder a hipocrisia e o egoísmo”. (MV, 15)
São Bento: “Exerçam, portanto, os monges
este zelo com amor ferventíssimo, isto é, antecipem-se uns aos outros em honra. Tolerem pacientissimamente
suas fraquezas, quer do corpo quer do caráter; rivalizem em prestar mútua obediência; ninguém procure aquilo que
julga útil para si, mas, principalmente, o que o é para o outro”. (Regra 72: Do
bom zelo do monge, 3-7)
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