sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

“Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão”. (Mt 9, 15)


Não se pode dissociar jejum de espera. A prática espiritual do jejum, consagrada pela tradição cristã e por tantas outras tradições religiosas, tem sentido porque vivemos um intenso tempo de espera, mas o Senhor voltará! Então, não haverá mais luto.

A ansiosa espera do cristão não é passiva. Não dá pra “matar o tempo” até que o momento importante nos surpreenda. Faz-se necessária uma preparação para receber o Senhor. Não somos como pacientes na fila do dentista, mas como caseiros que organizam as coisas, às pressas, para receber o Rei do Céu.

No meio do caminho, o trabalho vai exigindo mais generosidade: os sonhos, os planos, os bens, o tempo, a vontade, a inteligência, a vida. Curiosamente, quanto mais damos de nós, mais nos encontramos. Surpreendentemente, quanto mais ansiosamente esperamos, mais nos contentamos com uma misteriosa presença. Então, como em um lapso de lucidez, percebemos que esta presença é melhor do que tudo e saboreá-la será nosso destino feliz.

Catecismo 672: “O tempo presente é, segundo o Senhor, o tempo do Espírito e do testemunho, mas é também um tempo ainda marcado pela ‘tristeza’ e pela provação do mal, que não poupa a Igreja e inaugura os combates dos últimos dias. É um tempo de expectativa e de vigília”.


Francisco: “O cristão não pode ficar tranquilo, pensar que tudo corre bem; deve discernir as coisas e observar de onde provém, qual é a sua raiz. Depois, a vigilância, porque em um caminho de fé as tentações voltam sempre, o espírito ruim não se cansa nunca. Assim, tranquilizar a consciência, anestesiar a consciência, é um grande mal. Quando o espírito ruim consegue anestesiar a consciência, pode-se falar de uma verdadeira vitória: se transforma no dono daquela consciência. ‘Mas isto acontece em todo lugar! Sim, mas todos, todos temos problemas, todos somos pecadores, todos...’. E em todos, inclui-se o ‘ninguém’. Ou seja, ‘todos menos eu’. E assim se vive a mundanidade, que é filha do espírito ruim”. (09/10/2015)

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