“Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado” (Lc 15, 31-32)
Misterioso é o
coração humano! Não conseguimos enxergar muita coisa quando olhamos para nós
mesmos, por isso, talvez, Jesus contasse parábolas, para que “julgando” outros,
nós fossemos capazes de julgar a nós mesmos.
Por trás do filho obedientíssimo, pode esconder-se um grande egoísta: alguém que usa o
crachá de filho, mas se comporta como um mercenário. Com olhos na herança do
Pai, cioso em não dividir nada com ninguém e, pior, capaz de alegrar-se com a morte do
irmão mais fraco.
Jesus é o
Filho que reflete a perfeita imagem do Pai misericordioso. Cala nossas
explicações vazias com um abraço de misericórdia e aponta um novo caminho: a
misericórdia. Esta centelha da luz de Deus bem pode aliviar nosso coração dos
fardos do egoísmo, da autoreferencialidade, da mania de perseguição, da
ganância, do ódio fratricida.
Catecismo 589:
“Jesus escandalizou sobretudo porque identificou sua conduta misericordiosa para
com os pecadores com a atitude do próprio Deus para com eles. Chegou ao ponto
de dar a entender que, partilhando da mesa dos pecadores, os estava admitindo
ao banquete messiânico. Mas foi particularmente ao perdoar os pecados que Jesus
deixou as autoridades religiosas de Israel diante de um dilema. Foi isto que
disseram com razão, cheios de espanto: ‘Só Deus pode perdoar os pecados’ (Mc 2,
7). Ao perdoar os pecados, ou Jesus basfema – pois é um homem que se iguala a
Deus –, ou diz a verdade, e sua pessoa torna presente e revela o nome de Deus”.
Francisco: “Deus
é um pai zeloso, atento, pronto para acolher qualquer pessoa que dê um passo ou
que tenha o desejo de dar um passo em direção à casa. Ele está ali a observar o
horizonte, nos aguarda, já está à nossa espera. Nenhum pecado humano, por mais
grave que seja, pode prevalecer sobre a misericórdia ou limitá-la”. (O nome de
Deus é misericórdia, p. 85)
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