“'Quero que me dês agora, num prato, a cabeça de João Batista'. O rei ficou muito triste, mas não pôde recusar. Ele tinha feito o juramento diante dos convidados". (Mc 6, 25-26)
Conchavos,
compromissos com o mal, obrigações com a injustiça! Quantas mortes foram
provocadas por este maldito diálogo com o pecado? Herodes até que gostava de
ouvir João, reconhecia sua justiça e não queria fazer-lhe mal (apesar de o
manter na prisão), mas foi envolvido em uma trama: vinho, música e uma bela
mulher... e ele próprio, que foi o verdadeiro assassino do profeta.
Muitos jovens
entram nesta onda de carnaval da mesma forma: "Amigos", música,
drogas, sexo e conveniência social são alguns atores da trama. E, no meio do
picadeiro, um jovem um pouco ingênuo, com o copo cheio e o coração vazio.
Querendo provar seu valor para os outros ou para si mesmo, em um ambiente que
não lhe dá valor.
Infelizmente,
depois do carnaval do lucro iníquo e do prazer egoísta, muitas cabeças
estarão na bandeja. Não falo aqui do que os jornais já falarão: roubos, mortes
e destruição; falo do pecado, que fere o corpo e mata a alma. Seja
revolucionário! Revolte-se! E não siga essa corrente que te arrasta para o mal. A verdadeira alegria não dialoga com o pecado, mas é sóbria e nos confirma na
paz.
Catecismo
1861: "O pecado mortal é uma possibilidade radical da liberdade humana, com
o próprio amor. Acarreta a perda da caridade e a privação da graça
santificante, isto é, o estado de graça. Se este estado não for recuperado
mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de
Cristo e a morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder de fazer
opções para sempre, sem regresso. No entanto, mesmo podendo julgar que um ato é
em si falta grave, devemos confiar o julgamento sobre as pessoas à justiça e à
misericórdia de Deus".
Francisco: “O maior pecado de hoje é que
os homens perderam o sentido do pecado. Confesso a vocês que quando
vejo essas injustiças, este orgulho humano, também quando vejo o perigo que
isso ocorra também a mim, o perigo de perder o sentido do pecado, me faz bem
pensar nos muitos Urias da história, nos muitos Urias que também hoje sofrem a
nossa mediocridade cristã, quando perdemos o sentido do pecado, quando deixamos
que o Reino de Deus diminua... Estes são os mártires dos nossos pecados não
reconhecidos. Irá nos fazer bem hoje rezar por nós, para que o Senhor nos dê
sempre a graça de não perder o sentido do pecado, para que o Reino não diminua
em nós. Também levar uma flor espiritual ao túmulo dos Urias contemporâneos,
que pagam a conta do banquete dos auto-confiantes, daqueles cristãos que se
sentem seguros”. (31/01/2014)
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