quarta-feira, 2 de novembro de 2016



Dinâmicas da História do Mundo
Dawson, Christopher. São Paulo: É Realizações, 2010, 1a edição.

Prefácio à edição de 1978 (John J. Mulloy)

“O problema da sobrevivência social não é apenas um problema de ordem política e econômica, pois é, acima de tudo, um problema de ordem espiritual, uma vez que é na religião que encontramos as mais significativas fundações espirituais que constituem, simultaneamente, a sociedade e o indivíduo”. (MULLOY, John. In: Op. Cit., p. 45)

“ Como resposta à visão de Tylor de que o homem é incapaz de conceber o transcendente a não ser na forma muito limitada do animismo, Dawson afirma que ‘A fundação elementar da religião primitiva não é a crença em espíritos ou seres míticos, mas está ligada a uma obscura e confusa intuição do ser transcendente – um oceano de energia espiritual”. (Idem, p. 48)

“Contra o posicionamento de Durkheim, que interpreta o fenômeno religioso como, essencialmente, a adoração do próprio grupo e dos laços que o mantém coeso, Dawson afirmam que a orientação da religião primitiva não é, em última análise, direcionada para dentro do grupo, mas para fora, para o mundo da realidade espiritual”. (Idem, p. 49)

“Os meios pelos quais essa consciência do Transcendente é mantida viva numa cultura são fornecidos pela profecia e pelo misticismo. Uma religião se torna mero ativismo social, faltando-lhe vitalidade, sempre que estes canais de comunicação como o reino do sobrenatural são cortados ou negligenciados. É aqui que os papeis do homem santo e dos verdadeiros profetas se tornam tão importantes para a vida religiosa de uma sociedade”. (Idem, p. 50)

“Quando os profetas estão calados e a sociedade não mais possui quaisquer canais de comunicação com o mundo divino, o caminho para as profundezas permanece aberto e os frustrados poderes espirituais dos homens encontrarão vazão na vontade ilimitada de destruição e poder”. (Idem, p. 52)


“É apenas ao aceitarmos o ponto de vista religioso, ao considerarmos a religião como um fim em si mesma e não como um meio para se atingir outras coisas, que podemos discutir os problemas religiosos de maneira eficiente”. (Idem, p. 52)

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