Dinâmicas da História do Mundo
Dawson,
Christopher. São Paulo: É Realizações, 2010, 1a edição.
Prefácio à edição de 1978 (John J. Mulloy)
“O problema da
sobrevivência social não é apenas um problema de ordem política e econômica,
pois é, acima de tudo, um problema de ordem espiritual, uma vez que é na
religião que encontramos as mais significativas fundações espirituais que
constituem, simultaneamente, a sociedade e o indivíduo”. (MULLOY, John. In: Op.
Cit., p. 45)
“ Como resposta à
visão de Tylor de que o homem é incapaz de conceber o transcendente a não ser
na forma muito limitada do animismo, Dawson afirma que ‘A fundação elementar da
religião primitiva não é a crença em espíritos ou seres míticos, mas está
ligada a uma obscura e confusa intuição do ser transcendente – um oceano de
energia espiritual”. (Idem, p. 48)
“Contra o
posicionamento de Durkheim, que interpreta o fenômeno religioso como,
essencialmente, a adoração do próprio grupo e dos laços que o mantém coeso,
Dawson afirmam que a orientação da religião primitiva não é, em última análise,
direcionada para dentro do grupo, mas para fora, para o mundo da realidade
espiritual”. (Idem, p. 49)
“Os meios pelos
quais essa consciência do Transcendente é mantida viva numa cultura são
fornecidos pela profecia e pelo misticismo. Uma religião se torna mero ativismo
social, faltando-lhe vitalidade, sempre que estes canais de comunicação como o
reino do sobrenatural são cortados ou negligenciados. É aqui que os papeis do
homem santo e dos verdadeiros profetas se tornam tão importantes para a vida
religiosa de uma sociedade”. (Idem, p. 50)
“Quando os profetas
estão calados e a sociedade não mais possui quaisquer canais de comunicação com
o mundo divino, o caminho para as profundezas permanece aberto e os frustrados
poderes espirituais dos homens encontrarão vazão na vontade ilimitada de
destruição e poder”. (Idem, p. 52)
“É apenas ao
aceitarmos o ponto de vista religioso, ao considerarmos a religião como um fim
em si mesma e não como um meio para se atingir outras coisas, que podemos
discutir os problemas religiosos de maneira eficiente”. (Idem, p. 52)
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