“Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa”. (Lc 7, 6)
Viver debaixo do olhar de Deus é uma
experiência extraordinária. A presença do Altíssimo é como uma casa onde podemos
habitar, é nossa segurança nas adversidades e contrariedades. Entretanto, é
verdade, muitas vezes parece que Deus está escondido: nós não o vemos! Por
isso, a porta de entrada para a casa de Deus, ou, se preferir, para que o Todo
Poderoso entre em nossa casa humilde, é a fé.
Fé é, ao mesmo tempo, graça de Deus e
convicção, dom divino e trabalho humano. No Evangelho deste domingo, Jesus não
entrou na casa do centurião, mas, sem dúvida, entrou em seu coração. Aquele
homem tinha fé. Por isso foi elogiado por Jesus.
Lembro aquela passagem do apocalipse: “Eis que estou à porta, e bato; se
alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele
cearei, e ele comigo” (3, 20). Muitos ainda não sentiram o calor consolador da
presença de Deus, na verdade esta experiência é uma graça extraordinária e
imerecida, não um fato corriqueiro e automático (ou mecânico). Peça a Deus!
Abra a porta! E Ele, com alegria, entrará. Senhor, aumenta a minha fé!
Catecismo, 164-165: “Por
enquanto porém, ‘caminhamos pela fé e não vemos claramente’ (2 Cor 5,
7), e conhecemos Deus ‘como num espelho, de maneira confusa, [...]
imperfeita’ (1 Cor, 13, 12). Luminosa por parte d'Aquele em
quem ela crê, a fé é muitas vezes vivida na obscuridade, e pode ser posta à
prova. O mundo em que vivemos parece muitas vezes bem afastado daquilo que a
,fé nos diz: as experiências do mal e do sofrimento, das injustiças e da morte
parecem contradizer a Boa-Nova, podem abalar a fé e tornarem-se, em relação a
ela, uma tentação. É então que nos devemos voltar para as testemunhas
da fé: Abraão, que acreditou, ‘esperando contra toda a esperança’ (Rm 4,
18); a Virgem Maria que, na ‘peregrinação da fé’, foi até à ‘noite da fé’,
comungando no sofrimento do seu Filho e na noite do seu sepulcro; e tantas
outras testemunhas da fé: ‘envoltos em tamanha nuvem de testemunhas, devemos
desembaraçar-nos de todo o fardo e do pecado que nos cerca, e correr com
constância o risco que nos é proposto, fixando os olhos no guia da nossa fé, o
qual a leva à perfeição’ (Heb 12, 1-2)”.
Papa Francisco: “Compreendo as pessoas que se vergam à
tristeza por causa das graves dificuldades que têm de suportar, mas aos poucos
é preciso permitir que a alegria da fé comece a despertar, como uma secreta,
mas firme confiança, mesmo no meio das piores angústias: ‘A paz foi desterrada
da minha alma, já nem sei o que é a felicidade (…). Isto, porém, guardo no meu
coração; por isso, mantenho a esperança. É que a misericórdia do Senhor não
acaba, não se esgota a sua compaixão. Cada manhã ela se renova; é grande a tua
fidelidade. (...) Bom é esperar em silêncio a salvação do Senhor’ (Lm 3,17.21-23.26)”.
(EG, 6)
Nenhum comentário:
Postar um comentário