sábado, 28 de maio de 2016



“Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa”. (Lc 7, 6)


Viver debaixo do olhar de Deus é uma experiência extraordinária. A presença do Altíssimo é como uma casa onde podemos habitar, é nossa segurança nas adversidades e contrariedades. Entretanto, é verdade, muitas vezes parece que Deus está escondido: nós não o vemos! Por isso, a porta de entrada para a casa de Deus, ou, se preferir, para que o Todo Poderoso entre em nossa casa humilde, é a fé.

Fé é, ao mesmo tempo, graça de Deus e convicção, dom divino e trabalho humano. No Evangelho deste domingo, Jesus não entrou na casa do centurião, mas, sem dúvida, entrou em seu coração. Aquele homem tinha fé. Por isso foi elogiado por Jesus.

Lembro aquela passagem do apocalipse: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (3, 20). Muitos ainda não sentiram o calor consolador da presença de Deus, na verdade esta experiência é uma graça extraordinária e imerecida, não um fato corriqueiro e automático (ou mecânico). Peça a Deus! Abra a porta! E Ele, com alegria, entrará. Senhor, aumenta a minha fé!

Catecismo, 164-165: Por enquanto porém, ‘caminhamos pela fé e não vemos claramente’ (2 Cor 5, 7), e conhecemos Deus ‘como num espelho, de maneira confusa, [...] imperfeita’ (1 Cor, 13, 12). Luminosa por parte d'Aquele em quem ela crê, a fé é muitas vezes vivida na obscuridade, e pode ser posta à prova. O mundo em que vivemos parece muitas vezes bem afastado daquilo que a ,fé nos diz: as experiências do mal e do sofrimento, das injustiças e da morte parecem contradizer a Boa-Nova, podem abalar a fé e tornarem-se, em relação a ela, uma tentação. É então que nos devemos voltar para as testemunhas da fé: Abraão, que acreditou, ‘esperando contra toda a esperança’ (Rm 4, 18); a Virgem Maria que, na ‘peregrinação da fé’, foi até à ‘noite da fé’, comungando no sofrimento do seu Filho e na noite do seu sepulcro; e tantas outras testemunhas da fé: ‘envoltos em tamanha nuvem de testemunhas, devemos desembaraçar-nos de todo o fardo e do pecado que nos cerca, e correr com constância o risco que nos é proposto, fixando os olhos no guia da nossa fé, o qual a leva à perfeição’ (Heb 12, 1-2)”.


Papa Francisco: Compreendo as pessoas que se vergam à tristeza por causa das graves dificuldades que têm de suportar, mas aos poucos é preciso permitir que a alegria da fé comece a despertar, como uma secreta, mas firme confiança, mesmo no meio das piores angústias: ‘A paz foi desterrada da minha alma, já nem sei o que é a felicidade (…). Isto, porém, guardo no meu coração; por isso, mantenho a esperança. É que a misericórdia do Senhor não acaba, não se esgota a sua compaixão. Cada manhã ela se renova; é grande a tua fidelidade. (...) Bom é esperar em silêncio a salvação do Senhor’ (Lm 3,17.21-23.26)”. (EG, 6)

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